Vanessa Martins viveu a sua infância e juventude com um olhar sobre a Gardunha e outro sobre a Estrela. Entre estas duas serras, aprendeu a gostar da altitude e do frio, mas foi com os livros que alargou horizontes. Viajou desde a mais tenra idade, deu a volta ao mundo várias vezes, dentro do seu quarto.
Quando cresceu, percebeu que as perguntas mais difíceis de responder eram aquelas que mais a perseguiam, e decidiu estudar Filosofia. Uma licenciatura, um mestrado, depois outro e um doutoramento. E terminou ainda com mais questões do que quando começou. É rica em perguntas. Durante esse período desenvolveu o projeto Às Voltas com o Dr. Perguntácio, que levava o questionamento filosófico às crianças. Escreveu alguns contos infantis, o primeiro deles venceu o Prémio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do Jornal Expresso. Desafiou-se também a escrever para um público adulto, tendo ganho em 2018 o Prémio Fernanda Botelho, promovido pelo Município do Cadaval. Coordenou, em 2021, a Casa-Museu Fernando Namora em Condeixa-a-Nova.
Hoje é Professora na Universidade da Beira Interior, tendo regressado às "suas" serras recentemente. Se fugiu às viagens da infância e às perguntas da juventude? Pelo contrário, estão sempre lá, a serem alicerce e fio de prumo.